“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer” (Gandhi )

sábado, 10 de abril de 2010

Li, gostei e postei (com os devidos créditos, claro!)

Bom, se é para puxar o saco, que puxemos o de coisas boas, certo?
Nos meus textos, seminários e outras atividades da faculdade, sempre deixo claro o meu amor pelo Twitter.
O "Li, gostei e postei" traz o texto "Jornalismo em 140 caracteres?" da minha amiga de profissão Deborah Calixto.
Posto o texto da Deborah na íntegra, sem alterar nada.
Aliás, indico também o Canal da Imprensa, a revista eletrônica do Unasp.

Cresce o número de usuários no Twitter e especialistas discutem sua relação com o jornalismo

“O que você está fazendo?” Essa era a típica pergunta feita no Twitter, rede social que possui o formato de um micro blog e vem ganhando espaço no mercado tecnológico. Lá você encontra respostas das mais variadas possíveis. Por isso a pergunta mudou para “O que está acontecendo?” (em inglês “What’s happening?”) Cada usuário tem um espaço de 140 caracteres por vez para escrever utilizando a sua criatividade. Se você é usuário do Twitter, provavelmente já teve que explicar do que se tratava essa nova ferramenta. O Twitter é uma espécie de micro-blogging usado para compartilhar links, fazer contatos e registrar informações cotidianas.

Quando se trata de jornalismo na web, discute-se muito a respeito das redes sociais e seu envolvimento com as notícias. Como o Twitter pode contribuir com o Jornalismo? Segundo o diretor executivo do site Jornalistas da Web, Mario Cavalcanti, essa contribuição pode ocorrer em diferentes direções. “Um jornalista ou veículo pode usar o Twitter tanto para disseminar informação, quanto para apurar ou conseguir novas pautas. É uma forma também de levar um conteúdo a novos grupos, que não conheciam seu nome ou sua marca, já que estamos falando de múltiplas redes pessoais em um único espaço”, declara o professor do curso de pós-graduação de Marketing Digital da Facha (Faculdades Integradas Hélio Afonso), no Rio de Janeiro e pesquisador de novas mídias e de conteúdo para celular.

A jornalista Karla Ehrenberg, diretora do Departamento de Jornalismo da RK28 Comunicação, acredita que o Twitter pode contribuir para o Jornalismo desde que seja utilizado com inteligência. Para ela uma das principais utilidades do Twitter é a facilidade de contato com as fontes. “Com ele, os jornalistas podem obter informações de uma maneira rápida e diretamente com suas fontes, evitando os ruídos ou problemas de apuração que a velocidade da internet às vezes gera”, explica. “Por meio do Twitter também é possível saber a opinião dos leitores sobre determinados assuntos, divulgar notícias, programas de TV e outros produtos midiáticos diretamente para o público desejado.”

Entrevistas através do Twitter?

Com um crescimento tecnológico tão acelerado e o aumento das relações virtuais surge a possibilidade de se fazer entrevistas via Twitter. Mas será que dá certo? Cavalcanti acredita que é possível, assim como por e-mail ou comunicadores instantâneos, mas é preciso ter precaução. “No mínimo, ele pode ser utilizado para um primeiro contato, para obter outros meios de se comunicar com o indivíduo desejado. No caso de celebridades como um cantor ou ator, creio que as assessorias sejam um exemplo de bom canal ainda a ser utilizado, até porque no Twitter existem perfis falsos de muitas celebridades”, alerta.

Ao contrário de Cavalcanti, Karla não vê muitas possibilidades em utilizar o Twitter como um meio para entrevistar pessoas por ele ser de certa forma “aberto”, ou seja, um espaço público. Porém, acredita que se forem lançadas novas ferramentas que permitam no microblog a troca de mensagens direcionadas a uma única pessoa talvez a entrevista seja possível. “Contudo, isso se aproximaria muito de uma entrevista via MSN”, compara. Segundo ela a limitação do tamanho das mensagens influenciaria de forma negativa o processo da entrevista. “Isso faria com que as respostas dos entrevistados ficassem muito reduzidas ou dividas em vários posts. Acho que não seria muito producente.”

Para Cavalcanti, leitura de notícias, lazer informativo, absorção de conhecimento, contato com nomes e marcas que considere relevantes, espaço para divulgação de ideias, aproximação de membros que usufruam e compartilhem de um mesmo universo são algumas das oportunidades que o Twitter oferece em relação à informação. Mas para usufruir de suas potencialidades e reconhecer suas limitações, Karla acredita que qualquer profissional de comunicação precisa ao menos conhecer as redes sociais. “Para um jornalista, as redes sociais podem ser uma boa fonte de contatos para futuras entrevistas e busca de informações. Dependendo da editoria que o jornalista atua, as próprias redes sociais já são pauta de matérias”, aponta.

Cavalcanti afirma que o jornalista pode ser entendido como uma espécie de cientista da informação e da comunicação, apesar de poder soar como algo arrogante – o que ele deixa bem claro, não é sua intenção. “Para todos os jornalistas, deveria ser a coisa mais normal do mundo estudar e pesquisar sobre novos espaços de compartilhamento de informação e, caso seja necessário, se adaptar a estes ambientes. A experimentação deve fazer parte da nossa profissão. Se um veículo, por exemplo, é voltado para adolescentes, e estatísticas mostram que a principal mídia utilizada por esse público são os tocadores de música digital como o iPod, então esse veículo já sabe o que fazer, que é levar, de algum jeito inteligente, prático e prazeroso – por isso a importância do estudo e da pesquisa – notícias para dentro do iPod. Agora, se um jornalista me disser que iPod é muito complicado e que ele não gosta dessas tecnologias, tudo bem, respeito a opinião dele”, observa. Para Cavalcanti, o Twitter contribui, sem dúvida para o Jornalismo. “Ele é um bom canal não só para disseminação de notícias, como também para engajamento com os leitores. Além disso, do ponto de vista dos negócios, é uma excelente ferramenta de marketing para qualquer veículo e organização noticiosa. Não é à toa que os principais veículos de comunicação do Brasil aderiram a esse espaço”, comenta.

Twitter e o furo

A apuração dos fatos ainda é uma questão que demanda debates. Por causa da rapidez em que se pretende divulgar informações e conseguir um furo jornalístico, a apuração muitas vezes fica de lado. Vívian Retz, jornalista e publicitária que trabalha com edição de vídeos na Folha Online, enfatiza que tudo deve ser checado. “A utilização do Twitter é só uma forma de saber do ocorrido mais rápido. Existem muitos perfis falsos, e se a informação não for devidamente checada pode atrapalhar a matéria”, esclarece. “O jornalista tem que utilizar o Twitter para divulgar seu trabalho na empresa. Não deve divulgar nada antes da matéria pronta. No caso do impresso, por exemplo, ele deve esperar o dia seguinte para divulgar a notícia.”

Em entrevista ao Canal, o jornalista Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo conta que passou a utilizar o Twitter para divulgar notícias e informações que estão no seu blog ou mesmo divulgar algum outro acontecimento em tempo real. Noblat afirma, com convicção, que o Twitter é uma forma de se contribuir com o jornalismo. “A colaboração na apuração de informações através do Twitter se dá de uma forma muito maior que no blog, pois o Twitter é um espaço onde as pessoas divulgam e compartilham informações de maneira rápida”.

Rodrigo Martins, editor de mídias do jornal O Estado de S. Paulo, acredita que o jornalista deve ter bom senso em relação a dar ou não um furo de reportagem no Twitter. Martins explica que a utilização do Twitter dentro do Estadão está sendo muito discutida. “Nós queremos que os jornalistas todos ‘tuitem’. Nós até os encorajamos e estamos convencendo todos a utilizarem a ferramenta e fazerem links com a Folha de S. Paulo, revista Veja, O Globo, The New York Times

Noblat acredita que as empresas não devem interferir nas redes sociais de seus jornalistas, mas é o que elas estão fazendo. Analisando a relação entre a notícia e as novas tecnologias, Noblat arrisca uma previsão. “Furo é para a internet e cada vez mais será”.
e outros veículos”, revela.

Um comentário:

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